Fabricar diamantes para alguns é fácil

O mercado de diamantes de laboratório é uma opção mais barata, mais ecológica e eticamente correta, defendem alguns cientistas.
Diamantes e micro-ondas parecem, à partida, palavras que não estariam de mãos dadas na mesma frase. Mas, a verdade é que, graças ao avanço da tecnologia. Vários grupos de cientistas estão a utilizar o eletrodoméstico que faz parte da cozinha da maioria dos portugueses para o fabrico de diamantes “perfeitos”.

O método mais usado é o Chemical Vapor Depositionm (CVD), que significa Deposição por Vapor Químico. Essa técnica surgiu no ano de 1982.

Esse método funciona da seguinte forma: Um forno em temperatura alta – média de 800ºC até 1.000ºC – contém um tubo de quartzo, o qual uma das extremidades, libera o gás químico através de uma mangueira, junto à base do carbono, misturado a hidrogênio ou algum outro gás de reação. O gás, quando submetido ao calor, passa por uma alteração química, que acaba por decompô-lo em moléculas, incluindo átomos de carbono depositados, formando o diamante.

Porém, uma empresa chamada Gemesis, que fica no estado da Flórida, nos Estados Unidos criou outro processo para a criação das pedras preciosas. Esse processo conta com dezenas de encubadeiras que acabam por gerar esses diamantes. Essas encubadeiras podem gerar cerca de 40 pedras por dia.

Nesse processo, é colocada na máquina uma pequena pedra de diamante, que é inserida em uma cápsula de grafite. O diamante e a cápsula são derretidos por uma pressão atmosférica 58 vezes maior que a normal. Toda essa pressão sobre o diamante e o grafite gera um calor enorme. A encubadeira é selada para que a pressão seja gerada.

O derretimento do diamante verdadeiro, aquele primeiro diamante pequeno, começa a transformar o grafite em diamante. Todo esse processo demora quatro dias.

Ainda que os diamantes fabricados artificialmente já existam há décadas, ao longo dos últimos anos a tecnologia tem facilitado o processo e criado diamantes cada vez maiores e mais parecidos com os “tradicionais”. Os estudos apontam para que, até 2026, sejam criados 20 milhões de diamantes em laboratório.

Uma das vantagens que tem os diamantes sintéticos em comparação com os naturais, e a possibilidade de criá-los em pouco tempo, graças aos métodos empregados para sua produção. Os mais usados são: método de alta temperatura ou “HPTH” e o método de deposição química de vapor ou ”CVD” ambos por suas siglas em inglês; com este ultimo, se obtém uma capa de diamante que cresce 0,5 mm por dia, pelo que em questão de semanas podemos obter um diamante, enquanto que os processos geológicos da natureza tomariam milhões de anos para cristalizarem o carbono para formar um diamante natural.

A segunda vantagem que tem os diamantes sintéticos radica em que não podem ser diferenciados dos naturais, a menos que seja utilizado um espectrômetro especial (DiamondView) já que são física, química e opticamente iguais; diferenciando se unicamente em sua formação. De igual maneira, outra de suas vantagens, e talvez a maior, e sua produção sustentável, certificáveis e, sobre todo, livre de conflitos, o que faze que seu preço seja entre 20 e 50 % menor ao dos diamantes naturais.