Ouro atinge pico de três semanas após dados mais fracos sobre emprego nos EUA
Cascata de lingotes de ouro
O preço do ouro alcançou hoje o ponto mais alto em três semanas, devido à diminuição dos rendimentos do dólar e dos títulos do Tesouro.
Isso ocorreu após a divulgação de dados desanimadores sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, o que gerou incertezas sobre a possibilidade da Federal Reserve (banco central dos EUA) aumentar as taxas de juros novamente.
O preço do ouro no mercado à vista subiu 0,9%, chegando a US$ 1.936,84 por onça, às 13h55 EDT (17h54 GMT). Os contratos futuros de ouro nos Estados Unidos também fecharam em alta de 0,9%, atingindo US$ 1.965,10.
A moeda americana perdeu valor em relação a outras moedas, revertendo os ganhos anteriores, após a divulgação de dados que mostraram queda nas vagas de emprego em julho nos EUA. Além disso, os rendimentos dos títulos do Tesouro a 10 anos também caíram.
A Pesquisa sobre Vagas de Emprego e Rotatividade de Trabalho (JOLTS) e os relatórios de confiança do consumidor indicam que a Federal Reserve pode não aumentar as taxas de juros tanto quanto se pensava inicialmente. Esse cenário está beneficiando o ouro, juntamente com atividades de cobertura a descoberto, conforme explicou Jim Wyckoff, analista sênior de mercado da Kitco.
Os investidores estão agora aguardando o índice de preços das despesas de consumo pessoal nos EUA, que será divulgado na quinta-feira, bem como os dados de folhas de pagamento não agrícolas na sexta-feira. Essas informações fornecerão mais pistas sobre a possível direção das taxas de juros.
De acordo com a ferramenta CME FedWatch, os traders agora veem uma probabilidade de 86% da Federal Reserve manter as taxas inalteradas em sua reunião de setembro, um aumento em relação aos 78% anteriores aos dados.
Taxas de juros mais altas tornam mais caro manter metais preciosos que não geram rendimento.
Refletindo esse sentimento, o SPDR Gold Trust, o maior fundo negociado em bolsa lastreado no ouro do mundo, relatou um aumento de 0,3% nas suas participações na segunda-feira.
“O fato de o preço do ouro estar a recuperar desde a semana passada sugere que a pressão de venda exercida por investidores financeiros especulativos diminuiu”, escreveu Carsten Fritsch, analista do Commerzbank, num comunicado.
A prata subiu 1,9%, para US$ 24,71 por onça. A platina ganhou 1,5%, para US$ 978,45, o maior valor em um mês. O paládio caiu 0,6%, para US$ 1.247,35.
Fonte: Reuters